20130706

reinterpretando a história

Passados alguns dias depois de toda comoção nacional em manifestações pelo Brasil, algumas conclusões já se percebem.

1. Manifestações urbanas com um público tão variado - idade, motivações, etc - e um número tão grande realmente nos faz pensar que temos muita coisa errada no Brasil. Além de uma simples frase indignada trocada com amigos e familiares, nos faz refletir melhor. O tema ficou recorrente entre todos e em todos os meios e formas de comunicação. 

Manifestar, como o próprio termo quer dizer na sua etimologia, é tornar público. 

2. Vândalos sempre existem, e infelizmente, estão em todo o lugar. O que cansa é ver sempre um movimento pacífico terminar com a notícia de quantas coisas foram destruídas ao invés de ter o seu valor reforçado como última mensagem.

3. A polícia deve proteger o patrimônio público e também a população. Ela é formada por pessoas que enfrentam os mesmos problemas de todos, todos os dias. A instituição não deve se esquecer disso e achar que é diferente do resto.

4. Os políticos ficam ressabiados. Não diria com medo, pois tudo continua na sua normalidade para eles, a não ser receber um pouco mais de atenção da mídia sobre ALGUNS projetos de governo e ações.

5. Não podemos pensar que só com a manifestação se consegue uma grande mudança. Atenção para os resultados obtidos imediatamente, a História já mostrou que em muitos desses momentos se dá uma migalha a um povo faminto quando a verdadeira revolução que se deveria fazer fica abafada pelo acontentamento geral.

E do item 5 temos já alguns acontecimentos:

5a. Renan Calheiros - nomezinho que já tem um passado bem discutido e discutível, continua no governo como o principal representante de um dos Poderes (VERGONHA 1!) - com o uso indevido de um bem a ser utilizado apenas para fins de trabalho, pago por todos nós, que ainda se acha no direito de  pensar em pagar ou não.

5b. A nossa Presidente, que em todos os discursos nem sequer aprofundou um mindinho sobre nenhum dos assuntos expostos na manifestação (VERGONHA 2!). Criou uma realidade paralela e para não dizer que não fez nada, propôs SÓ 5 itens de um Plebiscito. Plebiscito este, que DO NADA se transformou na pauta principal (para esconder que outros argumentos tratados obscuramente?), para representar uma REFORMA POLÍTICA DISCUTIDA E ESQUECIDA HÁ MUITO. E 5 itens que não só ignoram o pedido do povo, assim como os discursos anteriores, como muda o enfoque para uma REFORMA ELEITORAL (VERGONHA 3!).

E daí vem a mais triste constatação:

A MIGALHA FOI DADA. E O POVO ESTÁ SE ACONTENTANDO.


  • O povo geral acha que está dando resultado. Reforma Eleitoral no lugar de Reforma Política. Sim, somos palhaços.
  • Rejeição da PEC (ao menos uma coisa que parece interessante).
  • A Cura Gay foi cancelada - temporariamente. (VERGONHA 4 sobre a audácia da "cura").
  • Ninguém foi condenado efetivamente, a não ser o "primeiro parlamentar que teve a condenação decretada em serviço" Natan Donadon. (VERGONHA 5 por ser só o primeiro)


Termino com apenas um pedido a mim, a todos:

MEMÓRIA!

Um povo sem memória que só reivindica não só continuará insatisfeito, como continuará votando nos mesmos.
Um país do tamanho do Brasil não se muda em 4 ou 8 anos. Exige tempo, paciência, coerência, força de vontade e memória.

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E para exemplificar todo o meu descrédito no real interesse do governo em atender o povo, replico algumas manchetes e frases da revista Veja, edição 2328. Não farei meus comentários se sou a favor ou contra do que está escrito. 


Então é no grito?

O golpe da consulta popular - O PT tenta imprimir verniz democrático à ideia, mas o objetivo de plebiscito é dar mais dinheiro ao partido e instituir o voto de cabresto.

 Não é que funciona mesmo? Em poucos dias, os protestos conseguiram a façanha inédita de fazer o Congresso aprovar projetos contra a corrupção, os governos reduzirem tarifas e o Judiciário mandar um político para a cadeia. O grito dos manifestantes acordou os três poderes.

O congresso pega no tranco - Lei mais dura contra a corrupção, fim do voto secreto, cassação imediata de deputado preso, rejeição da PEC que limitava os poderes do Ministério Público...
O dilema Rousseff - A verdadeira sabedoria de um governante não está em fazer a coisa certa, mas em saber o que é certo fazer. A presidente Dilma sabe o que é certo, mas optou pelo errado para não brigar de vez com seu partido, o PT.


 Em quem eles vão votar?


O fim do resto 



Quem quer que tire as suas conclusões. A minha eu já tenho e nem por isso fico satisfeita em permanecer com ela.

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