20120725

Até que ponto?

Já são dias que penso em escrever um artigo não tão "legal", "otimista" e "desinteressado" - como a maioria das pessoas procuram ler nos blogs em geral depois de um dia pra lá de estressante. 

O meu questionamento.

Até que ponto vamos nessa? 

Que a internet tenha trazido inúmeras vantagens ao mundo moderno, não se pode negar. Aliás, talvez o mundo moderno existe e foi consagrado só com a internet. Não tenho nenhum estudo ou conhecimento aprofundado sobre isso para levar adiante, mas acredito nisso. (no futuro verei se é uma opinião totalmente amadora ou se há um fundo de verdade).
Todo mundo é capaz de escrever, ainda bem! Escrever bem já se torna um privilégio de poucos e escrever com sabedoria, de raros.
Existem estudos que comprovam a eficácia de escrever para nos liberarmos de energias e sentimentos reclusos, negativos. É uma forma de desabafo que se transforma para o mundo material em um papel. Ou documento do Word. 
O problema/milagre é que com a internet, todo mundo acha que tem algo a falar. Claro, todos temos, mas até que ponto é interessante divulgar?
E agora eu dou a minha cara a tapa porque como a grande maioria das pessoas, tenho ao menos um blog. 
Não me considero diferente nem mais ou menos especial do que ninguém. Tenho muito interesse em muita coisa e sei que só aprendo se eu escrevo. Eis então a verdadeira filosofia do meu blog: escrevo para memorizar. Por isso mesmo procuro não escrever sobre qualquer coisa. Antes de mais nada eu tenho que me identificar, achar interessante ou ao menos ficar curiosa sobre o a fato ao ponto de publicar. 

Se consigo contribuir para alguém me considero feliz pois significa que o meu objetivo foi além. Agregar novas informações e ampliar a forma de pensar.

Abrir a mente. 

Nesse meu desabafo não gostaria de confundir as várias tipologias de blog. Não estou abordando de maneira alguma aqueles de caráter pessoal, que contam experiências vividas. O ser humano gosta de se identificar e ver que mesmo sendo diverso não é totalmente estranho ao mundo, não está só. Dividir as mesmas alegrias, os mesmos receios, medos e infelizmente, problemas, acaba ajudando a ser sempre melhor.
A dificuldade que encontro em colocar novos assuntos vem do quanto eu me deparo com blogs e sites com matérias parciais. 
O meio de comunicação tal como é a internet está se revelando um problema nesse sentido: publicar qualquer tipo de informação deve ser muito bem elaborado. 

Quem divulga algo está formando opinião.

Cada um tem a sua e é essa diversidade que torna o mundo tão interessante e vasto. Que sejam bem-vindas as opiniões diversas e contrárias quando essas tem embasamento.
O que eu vejo como realmente problemático nesse mundo cibernético é que muita gente confunde a subjetividade do gosto com opinião crítica. 
A crítica não é necessariamente negativa. Hoje em dia esse limar entre um e outro acaba tornando-a quase sempre pejorativa. 
Não gostei disso, não gostei daquilo, são motivações frequentes para explicar algo. Gosto é subjetivo.

Entender antes de comunicar.

As perguntas mais básicas "como?" "por que?" "quando?" e "onde?" são fundamentais nessa hora. Tendo vivido quase cinco anos fora, me deparei com situações em que tive que rever os meus conceitos. Não que eu estivesse sempre errada (atire a primeira pedra quem nunca errou) mas eu estava em outro lugar, com outras pessoas, vivendo uma OUTRA cultura. 
Observar a vida com um ponto de vista diferente é um aprendizado e tanto. Fatores culturais acarretam no modo como somos e como agimos quando nos tornamos adultos. 
Hoje em dia, se eu quero falar de algum assunto polêmico, a primeira pergunta que eu me antes de mais nada é: o que eu sei sobre isso para estar convicta?

Nós criamos nossos ídolos, bem como as nossas expectativas.

O estopim para este desabafo é a dificuldade e a angústia que tenho ao ler matérias nada objetivas, onde se coloca somente a expectativa do redator sem que esse se confronte com a pergunta: por que eu estou dizendo isso?

O primeiro caso foi a crítica absurda que li em diversos momentos sobre a cor da capa do novo livro da escritora J. K. Rowling. Após o enorme sucesso obtido com a saga do Harry Potter, a escritora sai do que seria o convencional - temas de bruxos e público infanto-juvenil - e parte para outro ramo. Quem volta e meia não decide mudar um pouco o estilo de trabalho, ou mudar radicalmente? 
Mas mesmo depois de um sucesso estrondoso a expectativa se torna maior ainda e nesse caso tendente ao negativismo.
Antes mesmo de ler o novo livro "The Casual Vacancy" muita gente já está dizendo que não será tão bom. É normal isso? Cadê o voto de crédito? Se ela foi competente para uma coisa porque não seria para outra? 

Mas porque dizem que não será bom? Até o momento onde eu parei de ler, a crítica foi férrea pela CAPA do livro. Pela cor, pela gráfica, que não combina com a escritora, e blablabla. 

O ser humano se reinventa toda hora.

Ficar criticando sem um argumento válido acaba forçando as pessoas a seguirem um padrão. E na vida de hoje o que mais seguimos é padrões. O que é in e o que é out. O que é trendy, vintage, e tantos outros termos. 
No meio dos tantos comentários (que só repetiram o que estava escrito já que de massa pensante existe pouca) após o blogueiro dizer que já não era tão fervoroso pelo livro da JK Rowling, tinha um corajoso que talvez tenha sido o mais honesto de todos: mencionou que a cor lembrava um período determinado da Inglaterra, assim como a fonte escolhida. 
Talvez os afoitos (fãs?) leitores brasileiros, antes mesmo que saísse a versão em português, começaram a criticar uma coisa que para a nossa realidade não nos remete a nada, enquanto para o mundo inglês poderia fazer total sentido.

Mas um dos comentários finais do post que mais me indignou, era que o blogueiro esperava que o design gráfico brasileiro consertasse isso. Somos bons, com certeza, mas nem sempre somos os melhores. Um pouco de modéstia também é importante. 


E aqui encerro o post de hoje. Esperando que ter escrito ele me tenha deixado mais aliviada e esperando que alguém mais no mundo pense como eu. 

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